quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O NATAL EM ANGOLA

Falar de Natal e propriamente de Angola é tema quase obrigatório nesta época que atravessamos e neste local, que passamos quase a “venerar”, que é o Virtual Clube de Especialistas do AB4 .
O Natal só ficou conhecido em Angola depois dos portugueses por lá chegarem, pois estes na sua expansão territorial faziam-se acompanhar sempre de um missionário. 
Lembro aqui que, com os descobrimentos os portugueses visavam expandir não só o seu império mas e também a fé de Cristã. Com a evangelização, o Natal tornou-se uma festa hoje assumida como tradicional em Angola, sendo assim, comemorada em todo o País. Há uma diferença entre o Natal das cidades e o das aldeias. Nas cidades onde o nível social das população é bastante mais elevado, o Natal é tipicamente português, com todos ingredientes com que é conhecido na Europa, neste caso, em Portugal. O Natal nas aldeias chega a ter uma característica adequada à baixa condição sócio-económica, cultural e intelectual dos cidadãos ali residentes. É no entanto muito animado, o povo programa uma festa tradicional com comidas e bebidas conforme a sua região.
Geralmente há missa na noite de 24 para 25 de Dezembro.
Durante o dia, há danças folclóricas. Bebe-se a Kissanga ou Kimbombo, que são bebidas tradicionais feitas em casa com farinha de cereais. Os adultos bebem geralmente o Caporroto também chamado “Capuca” (destilada em moldes tradicionais) que é uma bebida destilada, feita com banana, ou batata doce ou ainda com farelo de cereais. Bebe-se também a famosa "Quissangua" (um refrigerante tradicional).
As aldeias vizinhas programam encontros, animados com danças folclóricas. Os povos praticam desporto, ou outras diversões culturais durante o dia 25 de Dezembro, tais como encontros de futebol, entre grupos pertencentes a aldeias diferentes.
Presentemente o Natal em Angola, é a maior festa que mobiliza todas as populações. Nas aldeias as pessoas são normalmente religiosas. Não se pode falar em religião sem falar de Cristo. Isto torna o Natal, nascimento de Cristo , uma história muito interessante entre todas as regiões de Angola e muito particularmente no Leste .
É assim o Natal em Angola

Virgilio Oliveira Recebido por email

sábado, 6 de dezembro de 2008

RECORDAÇÕES DO MEU VOO DE T6, COM GOMES DA SILVA

Gomes da Silva e o "seu" T6
Olá companheiros !
Do que vi no blog parece-me que ainda temos poucos "aviadores" a colaborar talvez por falta de tempo ou divulgação. Dado o número de "chamuanzas" colaboradores do site creio que poderiam dar uma mãozinha ao blog também.
Quanto á minha colaboração dentro do possível irei dando conforme a memória ajudar e gostaria de lembrar uma pequena aventura, que passei no dia 09/01/70, precisamente um mês depois de "aterrar" em Angola.
Estava de serviço à linha quando vejo o Gomes da Silva equipado para sair de T6.


Como nunca tinha voado num bicho daqueles perguntei se podia ir com ele, ao que me respondeu afirmativamente, fui buscar o respectivo pára-quedas sem saber o que me esperava, uma vez que não sabia o tipo de voo. Já dentro do T6 o amigo "Cacimbo", que também estava de serviço, "ofereceu-me" um simpático saco para o enjoo "toma lá podes precisar".
E cá foi este aviador de balcão para os ares naquele gingarelho. Subimos, subimos e a vista de facto era linda, só que de repente e sem aviso prévio "aquilo" veio por ali abaixo e de repente por ali acima para um looping para o qual o malvado do "bicho" não estava muito de acordo em fazer e vai dai, o motor, resolveu parar na vertical só que entretanto os G,s que carreguei nos costados quase me fizeram encostar a testa aos joelhos mesmo amarrado ao banco.
A partir dali foi um ver o céu e a terra numa alternância que não pressagiava nada de bom, mas o Furriel Gomes da Silva após algumas tentativas, lá pôs o bicho nos eixos e conseguiu dizer quem mandava ali era ele e partimos para uma série de figuras acrobáticas que foram, sem dúvida, uma experiência espectacular para baptismo de T6. 
Quando cheguei à linha não me esqueci de devolver o saco ao "Cacimbo" e agradecer pois podia fazer falta para outro.

Um abraço
jácome mira
Recebido por email

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O NOSSO BLOG - OPINIÂO



Em suma, “O Blog Clube de Especialistas do AB4” é um recorte no tempo e no espaço, é o olhar de uma saudade que revive no presente e faz despertar em nós “militantes” do AB4, algumas memórias adormecidas .
Tenho plena consciência, que o Blog é mais um elo que nos aproxima entre o passado, que já foi presente e o presente feito de muito passado, entre todos, de todas as especialidades, que prestaram serviço no AB4. 
Hoje sei que ao mexer em tanta palavra posso não me sentir melhor do que ontem, mas gosto. Gosto de sentir aquilo que já senti em Angola e voltar a perceber no meio dos meus sentidos aquilo que nos unia tanto. Faz-nos bem falar do ontem , falar de nós e é bom saber dos outros , não os esquecer , embora já não se possa voltar atrás…infelizmente . 
Mas estamos conscientes de que fomos um grupo só nosso que se perdeu, mas estranhou os ausentes.
Este Blog faz-nos reviver o passado em todos aqueles momentos que nos fizeram despertar, quando o Leste era a casa e o AB4 a nossa cama. Era outro tempo, o tempo do salto, do andar e do partir para a vida. Houve algum cacimbo, angústia, saudade e até dores. Mas valeu a pena porque foi uma fase onde experimentámos prejuízos mútuos. 
Onde crescemos até. 
Eu sei, que também sofri quando percebi das distâncias, do tempo e de outras companhias. Abandonei-me quando já não podia mais, e com as únicas forças que me restavam lutei por mim lá longe. 
Hoje, sou feliz comigo próprio e pelos outros também para poder-mos ainda recordar aquele tempo passado que foi só nosso. 
É isso que este Blog faz é isso que o Rui Neves quer …e bem. Nada está esquecido , mas sim, apenas adormecido... !
Obrigado Neves ... e continua.

V.Oliveira – 1.º CABO ENF

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

HOMENAGEM AOS NOSSOS COMPANHEIROS JÁ FALECIDOS

HOMENAGEM Para todos os nossos companheiros que já não fazem parte do nosso convívio, tanto aos que lá pereceram como aos que ao longo dos anos nos deixaram:

BALADA HENRIQUE DE CARVALHO
(Letra e música de Rocha Marques - pil.av.)

Quando a noite veste de sombras o mundo, 
E o silêncio me desperta a solidão, 
Verto lágrimas e o meu sofrer é profundo, 
Põe-me louco de saudade o coração.
Quando os pássaros saudando a madrugada, 
Me despertam para a guerra uma vez mais, 
Sinto o peso desta a vida amargurada, 
Sinto ódio às minhas «asas» infernais.
Quando penso que lá longe ela me espera, 
Ansiando pelo dia da chegada, 
Grito a Deus que minha alma desespera, Grito a Deus, mas o silêncio não diz nada.
Oh! Henrique de Carvalho, meu desterro, 
Que por dois anos me farás teu prisioneiro, 
Se eu morrer quero bem longe o meu enterro, 
Quero ser da paz eterno companheiro.

Fernando Braga, Vitor Rego, Alfredo Boeiro, António Mesquita, Carlos Riquier, João Brandão, José Antunes, José Vieira, Joaquim Escudeiro, Rui Serrão, Carlos Fialho, (Acidente de T-6 em Teixeira de Sousa dia 5/Out/69) Alex Pina, Rocha Marques- pil. Aviador

As suas palavras ficaram para cumprir a nossa saudade. Como diz a Balada, estávamos a aprender a ser «da paz, eternos companheiros». 
Só o Fialho ficou por lá.
Descansem em paz.

Email recebido de Carlos Joaquim