quinta-feira, 28 de setembro de 2017

SIKORSKY UH-19A




Em 1952 Portugal recebeu um Sikorsky UH-19A, através do MAD, o 51-7139. Foi matriculado com o número de cauda 9101 e foi colocado na Esquadra de Busca e Salvamento na Base Aérea nº 4, nas Lajes (na Ilha Terceira, nos Açores).
Foi-lhe atribuído as missões de transporte de doentes entre ilhas e a recolha de náufragos perto da costa.
Após a chegada aos Açores, o 9101 foi montado e sofreu um acidente… ficou inoperativo, ainda antes do seu primeiro voo! Foi enviado para as OGMA a fim de ser reparado. Regressou à BA4 em Março de 1955, a bordo do porta-aviões USS "Tripoli que se dirigia para Mobile, nos Estados Unidos, após ter embarcado vinte e quatro caças F-86 Sabre, em Belfast, na Irlanda do Norte.
O capitão Peixoto Rodrigues, piloto e o sargento Amorim, mecânico acompanharam o 9101 nesta viagem a bordo do USS Tripoli e iriam descolar a partir dele quando estivessem próximo da Ilha Terceira, aterrando na Base das Lajes. Subitamente o marinheiro americano Robert Lee Gump adoeceu com apendicite. O capitão Peixoto Rodrigues ofereceu voluntariamente os seus préstimos ao comandante do navio, o capt. James A. Thomas, para fazer a evacuação do marinheiro doente para terra. Assim, na manhã do dia seguinte, a 10 de Março de 1955, o 9101 descolou do convés do USS Tripoli para aquele que seria o seu voo de regresso às Lajes e, simultaneamente, o seu voo de estreia como aeronave de evacuações médicas.
No início de 1959, foi transferido para a Base Aérea nº 6 no Montijo, onde o UH-19A passou a ter a missão de helicóptero de transporte. 
A 4 de Outubro de 1959 participou no dia da inauguração da Base Aérea Nº 5 em Monte Real, onde sofreu um acidente. Depois deste acidente e após ter sido recuperado, esteve presente, entre outras, nas comemorações do 5º. centenário do Infante D. Henrique, realizadas no promontório de Sagres, em Agosto de 1960. Foi definitivamente abatido ao efectivo da Força Aérea, em 1962. 
Descansa agora no Museu do Ar em Pero Pinheiro-Sintra. 
Foi verdadeiramente este o primeiro helicóptero de uso exclusivamente militar em todo o Mundo.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

BA2 OTA - JURAMENTO DE BANDEIRA DA ER 3ª./71


JURAMENTO DE BANDEIRA E ENTREGA DE DIPLOMAS
B.A. Nº. 2 – OTA – 17/DEZEMBRO/1971
Juramento de Bandeira da Escola de Recrutas 3/71

Na Base Aérea nº. 2 (Ota), realizou-se no dia 17 de Dezembro de 1971 o juramento de bandeira dos soldados cadetes do curso de oficiais milicianos técnicos, de oficiais milicianos pilotos aviadores, de sargentos milicianos pilotos e dos soldados alunos recrutas especialistas da Escola de Recrutas 3/71.
A fim de presidir à cerimónia, deslocou-se àquela Unidade o Secretário de Estado da Aeronáutica, brigadeiro Pereira do Nascimento, que estava acompanhado pelos Subchefes do Estado-Maior da Força Aérea, general Norton Brandão e brigadeiro Braz de Oliveira; pelos Directores dos Serviços de Instrução, do Pessoal, de Infraestruturas, do Material e da Saúde, brigadeiros Diogo Neto, Cunha Cavadas, Santos Dias, Sousa Oliveira e Lemos de Meneses, respectivamente.  
Depois de passar revista à guarda de honra, comandada pelo capitão Sengo, o Secretário de Estado da Aeronáutica e as restantes individualidades presentes dirigiram-se para a tribuna.
A iniciar as cerimónias, usou da palavra o comandante da Unidade, coronel Brochado de Miranda, que pronunciou o discurso que noutro local inserimos.
A preceder o acto de juramento, o comandante do Grupo de Instrução, tenente-coronel Raul Tomás, leu uma exortação dirigida aos soldados cadetes e aos soldados recrutas, que arquivamos também nas nossas colunas.
Em seguida o tenente-coronel Raul Tomás leu a fórmula do juramento que foi repetida em uníssono pelos soldados recrutas.
Seguiu-se a entrega de diplomas e prémios feita pelo Secretário de Estado da Aeronáutica e pelos Subchefes do Estado-Maior da Força Aérea, finda a qual se realizou o desfile perante a tribuna. A encerrar as cerimónias houve demonstrações de instrução militar. 

ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO COMANDANTE DA B.A.2
JORGE MANUEL BROCHADO DE MIRANDA
Cor. Pil. Aviador
“O recinto amplo e aberto em que nos encontramos, que ora serve de estacionamento para aeronaves, ora de parada a luzidas formaturas de impávidos mancebos, acolhe hoje também, como é usual, os ascendentes mais próximos de cada um, que sempre se aprestam a envolver-nos com o calor afectuoso da sua presença e que acolhemos com a maior simpatia. 
Para presidir a esta cerimónia e a testemunhar a sua importância digna-se estar presente Sua Excelência o Secretário de Estado da Aeronáutica a quem dirijo as mais efusivas saudações devidas pela elevação que confere a este acto solene.
É-me particularmente grato saudar também todas as entidades oficiais que vindas de longe ou de perto aceitaram associar-se à cerimónia.
Perante nós, um punhado de rapazes ainda há pouco desconhecidos uns dos outros, procedentes dos mais diversos lugares do Mundo Português onde se respeitam costumes variados, que saíram de diferentes camadas sociais, que pertencem a raças e professam religiões distintas, que possuem níveis culturais algo díspares.
A sua reunião debaixo de uma forma comum de vida, sujeitos ao mesmo trato e disciplina, já cimentou laços de amizade e constitui uma excelente escola de convivência e de compreensão recíproca, uma escola de aperfeiçoamento moral.
Ao longo de toda a sua vida irão recordar certamente o dia de hoje e os seus primeiros dias de militares, quando deixaram a tutela paterna e os confortos do lar para assumir a responsabilidade total dos seus actos e submeter-se a uma nova autoridade.
Autoridade esta que não é mais rigorosa e inflexível do que qualquer outra, embora se pense o contrário, porém mais firme e mais equitativa e por isso mais justa. Aliás, como toda a autoridade, é baseada no respeito, que é a sua essência. Quem obedece respeita-se a si próprio tanto quanto respeita aquela a quem obedece.
O que é o Juramento que dá o nome a esta cerimónia?
Em voz alta e em uníssono os soldados recrutas aqui presentes irão repetir algumas palavras que, embora com o decorrer dos tempos tenham variado na forma, encerram todavia uma mesma intenção de servir a Pátria em quaisquer circunstâncias.
“Assim o prometemos” eram as palavras antigamente proferidas pelos recrutas quando se lhes perguntava se prometiam cumprir juramento cuja fórmula então acabara de ser lida. E o capelão rogava a Deus para que o soldado não fosse perjuro.
 Hoje o soldado é parte mais activa no Juramento. Juro por Deus ou em consciência conforme a sua crença. Jura e repete cada uma das palavras que constituem a fórmula actual que ainda recentemente foi alterada adaptando-se assim à evolução do indivíduo e da sociedade.
Palavras singelas, mesmo triviais, mas que sendo proferidas em ambiente solene onde se criou o necessário clima de emoção, perante a Bandeira Nacional, perante altas entidades oficiais, perante parentes e amigos e, através da imprensa, da rádio e da televisão, perante o País inteiro, assumem o seu inteiro significado, de tanto valor quanto aquele que cada um dá à própria vida. Em conjunto tomam a forma de um compromisso de honra que a todos vincula ao serviço da Pátria e das suas instituições.
A envolver este acto solene, para que não seja breve e ganhe em brilho e colorido, iremos assistir à distribuição de prémios aos alunos que mais se distinguiram em actividades escolares ou actividades puramente militares a ainda ao desenrolar de alguns exercícios de ordem unida e outros algo espectaculares. Aqueles, são exercícios simples, tradicionais, que poderão à primeira vista parecer obsoletos na época actual. Todavia são ainda as formas tradicionais de treino, exercícios de ordem unida em parada, que desenvolvem instintos que vêm naturalmente à superfície quando em acção.
As tropas, mesmo na era das armas nucleares, que não obedeceram instantaneamente aos seus chefes, que não reagem instintivamente a uma voz de comando ou que não permanecem firmes em parada não saberão obedecer nem permanecer firmes em combate.
Este é o momento que marca o início de uma carreira de piloto ou especialista da Força Aérea. Ireis servir a Pátria de armas na mão ou em apoio de quem as opera, na execução de missões operacionais ou de serviços que são essenciais para manter em movimento a máquina altamente especializada que é a Força Aérea. E quando terminardes o tempo de serviço a que vos obrigastes, se não for vosso desejo continuar a servi-la, não direis que este foi tempo perdido, pois estareis mais aptos a servir o país.
A Força Aérea sente-se satisfeita por lançar anualmente na vida civil várias centenas de homens melhor treinados para abraçar as oportunidades que se lhes oferecem de participar no progresso do país. Homens que, além de terem adquirido uma maior capacidade técnica, intelectual, física e moral adquiriram também hábitos de disciplina, uma personalidade reforçada, maior compreensão e respeito para com os demais e uma consciência de colectividade nacional.”

EXORTAÇÃO ALUSIVA AO JURAMENTO DE BANDEIRA PROFERIDA PELO COMANDANTE DO GRUPO DE INSTRUÇÃO – Ten. Cor. Raul Lourenço Tomás
Manhã de 17 de Dezembro de 1971
“Soldados-Cadetes e Soldados Alunos Recrutas:
Nesta pequena, mas grande parcela de solo nacional, estais aqui, perante uma cerimónia simples, como tudo o que é belo, mas grandiosa pelo alto significado que ela encerra – Juramento de Bandeira.
Este acto, grito de triunfo e de vitória, hino admirável às virtudes rácicas, alimenta a chama ardente do patriotismo no peito português de todos nós, glorifica e enaltece o esforço despendido e revigora o respeito de si próprio levado até à mais pura elevação de espírito e à paixão mais ardente.     
Estais assim, perante o dever mais sagrado para com a Pátria, que é servi-la com as armas.
Pátria, numa comunidade de almas no mesmo ideal nacional, com igual forma de sentir, de ver, de pensar e de agir, e em que todas as vontades convergem e as sociedades atingem o mesmo objectivo elevado e honroso.
É uma unidade geográfica, de raça, de língua, e de credo alicerçadas numa consciencialização de todos, mesmo quando ameaçada a sua integridade.
Foi por superiores imperativos de alto destino histórico nacional que a Nação inteira com todos os seus valores se lançou outrora para além dos mares. Criou ciências, desfez lendas, descobriu terras, e procurou contacto amigo com homens de outras raças, a ensinar verdades eternas e assentar em bases novas e certas a missão de sacrifício pelo bem comum, que um povo civilizado assume, quando se lança no ideal de cristianizar populações atrasadas em cultura e paralisadas no progresso.

Portugal tem direitos soberanos em terras distantes, e a vontade indomável, a espada firme e a recta justiça dos seus verdadeiros filhos, serão a garantia plena de continuação de uma obra nacional que é secular, que nos honra, que nos engrandece e que será eterna, pois foi legada pelos antepassados, e será mantida no futuro por todos nós, onde nunca deverá faltar a coragem e bravura, a solidariedade e dedicação, a obediência e disciplina, a subordinação e respeito, a lealdade e abnegação, a honra e o valor.
Vai proceder-se à ratificação do vosso Juramento de Bandeira.
Jurai com fé inabalável, com profundo entusiasmo de todo o coração de jovens que sois, com confiança no fortalecimento da Mãe-Pátria onde todos se possam sentir amigos e felizes. Senti bem dentro de vós o significado deste vosso acto.

O Juramento à bandeira nacional é o compromisso a um símbolo aglutinador de todas as virtudes, é a exemplificação dos esforços e dos anseios de uma gente crente e boa, é o penhor sacrossanto em volta do qual se congregam as mais sagradas aspirações. É assim um elo que liga o passado ao presente como unirá este ao futuro e imortaliza a gesta heróica dos Descobrimentos, amparando e incentivando heróis que ocuparam e evangelizaram novos mundos. Foi assim desde Ourique ao Rovuma, desde as primeiras pedras de Ceuta às jornadas gloriosas que abriram à civilização as novas Províncias Sagradas; desde as primeiras lutas até à independência; durante os oito séculos vividos à sua sombra protectora, sempre as cinco quinas, com seus besantes de prata, drapejaram altivas neste céu sereno, sob a protecção de Deus para Glória dos homens, como plena afirmação da confiança de um povo.
Que este acto sirva para manter bem vivo e perene na nossa geração, o mesmo acrisolado e Santo amor, o mesmo espírito de sacrifício, que à Bandeira Nacional votaram sempre, em todos os tempos os portugueses de todas as cores e de todos os Continentes.

É assim que em Portugal se procede num Juramento à Pátria”.  

Notas: Recolha de informação na Revista “Mais Alto” nº. 153 – JANEIRO DE 1972
           
Até breve
    
O amigo
 

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

TANCOS, O MODO E O TEMPO!

Quando em Abril de 1974 aconteceu a revolução que viria a transportar-nos para o regime político que hoje vivemos, Portugal travava nas longínquas terras Africanas uma guerra em três frentes.

As Forças Armadas Portuguesas (FAAs), tinham ao tempo nas suas fileiras um estrondoso número de duzentos e quarenta e três mil homens em armas. Digo homens, porque as mulheres, exceptuando o honroso Quadro de Enfermeiras Paraquedistas, não integravam as fileiras.
Hoje ano de 2017 as (FAAs) têm nas suas fileiras vinte e oito mil militares.
O diferencial tem como razão principal o fim da guerra em África, com a consequente alteração do dispositivo por um lado, e por outro, o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO).
As praças actualmente existentes nos três ramos das (FAAs),são contratadas em regime de voluntariado, tendo uma missão muito específica comparativamente àqueles que serviam no (SMO).
A propósito do (SMO), convém relembrar que jovens oriundos do mundo rural, sem frequência escolar, vinham às fileiras tendo a organização militar por razões que se prendiam com a sua missão, o dever de lhes ministrar conhecimento no âmbito da personalidade e carácter.
Quantos chegavam para «ASSENTAR PRAÇA» como ao tempo se dizia, alguns sem saber ler, sem nunca ter visto o mar, sem nunca ter viajado de comboio e muito menos de avião.
A instituição militar procedia à moldagem e ao ensinamento!
Muitos fizeram a quarta classe enquanto cumpriam o serviço militar obrigatório!
Muitos obtiveram a carta de condução enquanto cumpriam o serviço militar!
Muitos aprenderam profissões que nem sabiam existir!
Aprenderam a ser rigorosos e cumpridores!
Aprenderam regras de respeito e disciplina!
Aprenderam a ser pontuais!
Aprenderam a andar devidamente ataviados!
Para além do que precede e é muito, cumpriam a missão de cidadania, jurando defender a Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Aqui chegados, surge pois a confrontação da missão das (FAAs),no contexto externo face a compromissos internacionalmente assumidos, que projetam o nome de Portugal para vários continentes.
Temos responsabilidades internacionais assumidas!
UNIÃO EUROPEIA
NATO
NAÇÕES UNIDAS
CPLP
Os nossos militares têm percorrido os difíceis caminhos do Afeganistão, Kosovo, Líbano, Bósnia, Chade, Congo, França, Mali, Iraque, Timor Leste, entre outras paragens, numa perfeita e reconhecida projecção externa de Portugal e do seu povo.
Com o cumprimento destas missões, as (FAAs), têm ainda a missão primária de internamente ser um pilar essencial da Defesa Nacional, constituindo a estrutura do Estado, garantindo a defesa militar da República.
Findo o (SMO),em 2004 como atrás referido, as unidades e estabelecimentos militares ficaram espoliados da mais valiosa e vital componente, aquilo que agora se designa de recursos humanos.
Não existe o Quarteleiro, não há lugar para o Plantão, Faxinas nem vê-los, Sentinelas onde estão? As unidades ao fim de semana estão completamente vazias, apenas se verificando a presença do pessoal de serviço. Verifica-se nesses dias a movimentação de viaturas civis pertencentes a empresas que tratam da alimentação, dos bares, das limpezas e calculem, nalguns casos, a segurança de estabelecimentos militares.
Já vai longa e maçadora esta introdução, mas acreditem que estou quase a chegar a Tancos, para descrever o cenário acontecido.

PARA QUEM SE LEMBRA:

SENTINELA NO POSTO DE VIGIA:
SENTINELA AVISTA UM VULTO!
SENTINELA ARMA EM RISTE E BALA NA CÂMARA!
SENTINELA AVISA: QUEM VEM LÁ FAÇA ALTO!
VULTO RESPONDE: A RONDA!
SENTINELA MANDA AVANÇAR AO RECONHECIMENTO!
VULTO AVANÇA!
SENTINELA MANDA PARAR!
SENTINELA PEDE SENHA!
VULTO INDICA A SENHA!
SENTINELA MANDA AVANÇAR!
RONDA PEDE CONTRA SENHA!
SENTINELA E RONDA JUNTAM SE E CONVERSAM!
RONDA INTERROGA DA SEGURANÇA!
SENTINELA INFORMA TUDO NORMAL!
RONDA DESPEDE-SE COM VOTOS DE BOA GUARDA!

O posto de vigia, a sentinela e a ronda estão sintonizadas no objectivo comum!
Não teriam «voado» disparadores de tração, granadas, granadas antitanque, explosivos plásticos, iniciadoresIKS, lâminas KSL, munições de 9mm, bobinas de fio, disparadores de tração lateral etc, se um sistema de segurança como o descrito estivesse activado!
A defesa como função de soberania tem vindo a ser descurada. Face aos factos, construindo uma legislação flexível, por forma a salvaguardar carreiras profissionais ou académicas, não seria desejável para bem do País e dos nossos jovens, reintroduzir o Serviço Militar Obrigatório?

COMO FOI POSSÍVEL CHEGAR AQUI?
Os Governantes dos vários governos nunca viram com bons olhos os militares, aqueles que lhe deram o poder em bandeja de prata. Oriundos das «jotas», nunca tiveram necessidade de fazer recruta e especialidade, nunca participaram no «render da parada”, nunca fizeram reforço nem rondas, não precisando de fazer juramento perante a Pátria.
Quando aos militares em missões de paz projectam garbosamente o nome de Portugal, os políticos aparecem para colher louros, pouco lhe importando com a forma e o profissionalismo como tal acontece.
Assim sendo, vão cortando nos orçamentos, vão reduzindo no pessoal numa postura de total alheamento, relativamente às dificuldades da instituição militar.
Os políticos têm a maior parte das responsabilidades do que em Tancos se passou!
O Senhor Ministro da Defesa fica novamente mal na fotografia. Quem não se lembra de uma polémica originária do Colégio Militar que obrigou um General muito prestigiado a demitir-se. Falo do Senhor General Carlos Jerónimo. Está mais que provado que este Ministro da Defesa não tem perfil adequado à função que desempenha, devendo ponderar a sua continuidade governativa.
QUANTO AOS MILITARES RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DOS PAIÓIS:
No que às responsabilidades operacionais diz respeito, começo por discordar da diluição do conceito de protecção aos paióis, repartida entre os cinco Comandantes de Unidades possuidoras de armamento no mesmo local.
Este modo contraria o princípio de comando único o mais desejável em situações como a presente.
Como é possível sem câmaras de vigilância nem guardadores de proximidade, passarem vinte horas sem qualquer ronda?
Qual dos Comandantes reportou, se reportou, a inoperatividade do sistema de vigilância?
Qual dos cinco Comandantes assumiu ou assume a responsabilidade da falta de pessoal para manter a segurança próxima e a fragilização operacional das rondas?
Algum dos cinco Comandantes pôs o lugar à disposição, face ao facto de não possuir condições de guarda de algo tão importante como os paióis nacionais de Tancos?
O Senhor General Chefe do Estado-Maior do Exército tem poder para demitir ou suspender todos os seus subordinados. Creio como primeiro responsável por tudo o que se passa no Exército Português, tendo em conta a gravidade de Tancos, poderia e devia fazer um exercício introspectivo que certamente o levaria a reflectir sobre a continuidade ou não nas funções.
Estou em fim de texto e neste momento tomo conhecimento da demissão de dois Generais do Exército. As coisas complicam-se!

Por:









(Ten Coronel na reforma)