quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O MACACO "GALILEU" DO AM 95-CABINDA.

O Esgaio MRAD, com o amigo macaco do AM 95-Cabinda, em 1969


Certo dia, um da malta resolveu, com mais camaradas, levar o macaco para um "determinado bar", num musseque, nos arredores de Cabinda.
Pois foi o caos. A meio da noite, o "galileu" resolveu começar aos gritos, a correr pelas camas todas, onde estávamos com as nossas "companheiras", a puxar todas as roupas. Depois, sempre aos gritos, colocou nos seus pequenos ombros todas as roupas da malta que podia, e fugiu para a porta, sempre aos guinchos e gritos, como que a chamar por nós, os seus amigos do AM. 
Entretanto, o musseque acordou com toda aquela gritaria, saíram das cubatas todos os negros e negras, tudo assustado. Mais gritos e correrias mas agora por parte dos habitantes que viviam no musseque. Os gritos do "galileu" continuavam. Cada vez mais reboliço e confusão. Nós, à porta da tal casa, em pêlo, pois o macaco tinha-nos roubado as roupas . As "companheiras", também à porta, assustadas e tapando as suas naturezas pois a populaça tinha-se toda aglomerado ali.
Não sabemos como, apareceram 4 elementos da PM, a correrem para nós, pensando que estávamos a ser atacados (como mais tarde nos disseram). Nós, os do AM, quando vimos a PM a correr para nós, ficámos cheios de medo deles, e só tivemos esta opção quando alguém gritou: " Fujam, malta!! Senão vamos todos presos!!"
Palavras santas. Num abrir e fechar de olhos, pegámos o "galileu" nos braços, e nus, toca a correr pelo musseque, depois pelo alto capim até ao AM, onde chegámos estafados e com os bofes à boca.
Chegados ao arame farpado da rede do AM, pedimos a um dos PA que passasse palavra para nos abrirem o portão. Era madrugada e o dia já começava a romper. Naquele lusco fusco, corremos cada qual para a sua " camarata", mas às 8 horas já estávamos no  hastear da bandeira.

Foi um episódio que ficou para a historia dos que passaram pelo AM.
Só de salientar, que quando nós fugíamos, para o nosso "galileu" foi uma festa, pois , posso garantir, que os sons que ele emitia mais pareciam gargalhadas.
E com os dentes todos à mostra, como se ainda estivesse a gozar connosco.
Por Esgaio (Nazaré Maria).

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