sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

CADA ESPECIALIDADE, CADA TAREFA…

Em dia de serviço no AB4 - foto de Fernando Bastos


A minha, lembrar-se-ão os especialistas de meteorologia, era recolher dados no abrigo
foto de Afonso Palma
“dos 
termómetros”, fazer e transmitir observações do tempo, e passar as sinopses para os mapas, para depois se definirem as isóbaras.
De 3 em 3 horas, lá íamos nós, de dia ou de noite, (com bom tempo ou borrasca de gritar), anotar diligentemente os vários termómetroshigrómetro, pluviómetro, e mais não sei quantos “ómetros”.
Não sei como é que não adoeci, a ir de bicicleta até ao abrigo meteorológico lá longe junto à pista, em pleno inverno, 2 ou 3 graus às vezes, e debaixo de cargas de água. 
Depois de voltar de Angola colocaram-me primeiro nas Lajes e por fim, de volta à BA6-Montijo (já lá tinha estado em 69 e 70).
Das Lajes, BA4, retenho várias memórias.
- O trabalho na secção de meteorologia, lado a lado com um meteorologista civil e outro americano. Os companheiros "borda d'agua" americanos tinham muitas vezes os pé colocados na mesa do estirador, e uma caneca de café, uma verdadeira "água de lavar loiça", ou uma coca-cola (que ainda não havia em Portugal...o Toino de Santa Comba, não deixava!)
- O meu olhar embasbacado, na primeira vez que lá vi aterrar um gigante C5 Galaxy, é verdadeiramente monstruoso, custa a acreditar que aquilo voe.
BA4 Lajes - foto Ufo

- Aquando da crise de 73, e da ponte aérea americana para o médio Oriente, (Guerra do Yom Kippur) a placa da BA4, nas Lages, habitualmente uma enorme e pacata superfície com meia dúzia de aviões, encheu-se de aviões de combate F-16 e de grandes jactos de abastecimento de combustível em vôo C-135, basicamente um Boeing 707 adaptado (como eram abastecedoras dos F-16, nós chamávamos-lhes as "vacas leiteiras"), o movimento de aterragem e descolagem era muito intenso, e viveu-se ali um ambiente tenso e nervoso de pré-guerra. .

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